Vereadora Camila pede licença e vereador Valdeci é internado
Os dois vereadores do Partido Republicanos, Camila Oliveira e Valdeci Alves de Castro, estavam ausentes hoje, quarta-feira, dia 7, em mais uma reunião referente ao processo de impeachment contra a vereadora. Ambos estão em licença por problemas de saúde.
Conforme sua assessoria, Camila teve um mal-estar e pediu licença por cinco dias, que vence na próxima segunda-feira, dia 12. Por isso o seu depoimento, previsto para hoje, acabou sendo adiado e ainda não tem data marcada. Já o vereador Valdeci, que é o relator da comissão do processo de impeachment, foi internado as pressas no Hospital Montenegro devido a um problema cardíaco e nesta quinta-feira deve ser removido para Canoas para ser submetido a um cateterismo. “Já tive dois AVCs, mas nunca tinha sentido tanta dor que nem ontem. É o terceiro aviso. Estava em casa quando começou a dor muito o peito e consegui chegar ao hospital. Por sorte me atenderam rápido”, diz, lembrando que tem problemas de hipertensão.
Em razão das licenças, os dois vereadores não devem participar da sessão ordinária da Câmara nesta quinta-feira.
Discussão na oitiva
Mesmo com a ausência dos dois vereadores, ocorreu a reunião hoje. Foi ouvida mais uma testemunha de defesa, que é uma moradora de Porto Alegre que não tinha sido localizada antes e estava com atestado de saúde devido a covid. Uma última das dez testemunhas de defesa, residente no Rio de Janeiro, não será mais ouvida, pois foi dispensada pela própria defesa.
Hoje também ocorreu a oitiva do denunciante, que é o ex-presidente do PDT e suplente de vereador Rodrigo Corrêa. Ele foi bastante questionado pelo advogado de defesa da vereadora, Jorge Fernandes, com relação a legalidade e constitucionalidade da denúncia. O advogado alegou que a denúncia não tinha cabimento, por considerar que a vereadora poderia fazer manifestações dentro de seu gabinete na Câmara. “Não vejo motivos para cassar o mandato da vereadora. Estão fazendo um movimento político para cassar a vereadora, mas vamos até a justiça se for necessário para garantir a presença dela na Câmara”, diz. Já para Rodrigo ela não poderia fazer manifestações de cunho eleitoral, com propaganda política, numa repartição pública, e ainda ofender as mulheres de esquerda, com a participação de menores, entendendo que houve quebra de decoro parlamentar. Ocorreram inclusive momentos mais tensos, de discussão por discordância sobre várias questões.
O presidente da comissão, vereador Felipe Kinn, diz que será marcada uma nova data para ouvir a vereadora Camila. “Vamos aguardar ela se recuperar”, diz, esperando também o retorno do vereador Valdeci, para que faça o seu relatório, o qual deve ser apresentado para a comissão e depois votado em plenário.
O vereador Felipe Kinn (MDB) lembra que a comissão tem 90 dias, desde a abertura do processo, para concluir os trabalhos. O processo foi aberto por 8 votos a 1, sendo apenas Camila contrária. Também estão sendo analisadas as denúncias encaminhadas para o Conselho de Ética, igualmente presidido por Kinn. Representantes de três partidos (MDB, PSB e PTB) já tinham apresentado denúncia contra a vereadora Camila, que foi encaminhada para a comissão de ética do legislativo. Segundo a denúncia, foi utilizada a estrutura da casa legislativa para a filmagem de propaganda política eleitoral, contendo músicas com expressões de ódio e preconceito. Nos vídeos aparecem imagens do atual presidente Jair Bolsonaro, do qual ela é apoiadora, além da participação de duas jovens, cantando com a parlamentar. Num dos vídeos, as três cantam e dançam ao som de um funk, cuja letra diz: “As mina de direita são as top mais bela, enquanto as de esquerda tem mais pelo que cadela”. Já em outro vídeo cantam: “Ei, petista, pensou que ia escapar? Se liga, vagabundo, tu vai ter que trabalhar”. O caso teve grande repercussão, em reportagens em vários veículos de comunicação do Estado e do país.
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