Seu Canica morre aos 108 anos
João Osvaldo Ferreira, mais conhecido como seu “Canica”, era provavelmente a pessoa mais idosa de Montenegro e talvez até da região. Inclusive foi destaque em reportagem do Fato Novo no dia que completou 107 anos, em 16 de setembro de 2019. Na ocasião também concedeu entrevista para a Rádio América, contando um pouco da sua história mais que centenária.
Infelizmente seu Canica veio a falecer na madrugada de hoje, quinta-feira, dia 22, aos 108 anos de idade. Conforme familiares, estava internado no Hospital Montenegro (HM) faz cerca de uma semana. Bastante debilitado, em decorrência da idade avançada, teve insuficiência respiratória e veio a morrer às 4h45min. O velório acontece na capela B da Funerária Forneck Mattana, no bairro Cinco de Maio. E o sepultamento está previsto para a tarde de hoje, às 17h, no Cemitério de Porto dos Pereiras.
Do tempo que Montenegro era uma vila
Seu Canica era do tempo que Montenegro tinha poucas casas. “Muito poucas. Uma que outra. Carro não tinha. A gente só andava de cavalo e charrete”, recordou, com boa memória, na entrevista concedida ao jornal e rádio em 2019.
Nascido em 16 de setembro de 1912, apesar da idade avançada, o montenegrino tinha boa saúde. Fazia questão de andar sempre bem vestido. Sua maior dificuldade era a visão. Mas se alimentava bem e tinha uma vida tranquila. Ainda em 2019 a família fez uma festa dos 107 anos, no estádio do Renner, fato que não se repetiu no ano seguinte devido à pandemia. Conforme a nora Ereni, que cuidava do sogro, deixou 5 filhos, mais de 30 netos, bisnetos e até tataranetos.
Seu “Canica” sempre morou na Rua Osvaldo Aranha, perto da antiga fábrica da Antarctica. Trabalhou por cerca de 17 anos na antiga Olaria Lerch. “Cavava barro nas barreiras para fazer telha e tijolo”, recordou em 2019. Também trabalhou na roça e teve tambo de leite. “Eu gostava de domar bois”, completou. Casou com 19 anos com Altelina Ferreira, da qual ficou viúvo em 2000.
Sobre sua rotina diária, João Osvaldo acordava cedo, às 5h. Mas só saia da cama para o café por volta de 9h. Segundo o filho Pedro, o pai se alimentava bem. Gostava de comer frutas e verduras, principalmente bergamota. “De tarde tomava uma caneca de vitamina, com batida de várias frutas. E de noite mingau”, conta a nora Ereni. Mas “Canica” não escondia que quando mais novo gostava de cerveja e de carne gorda. Aliás, carne ele ainda gostava. “E peixe frito”, lembra o amigo Carlinhos. Também gostava de passear, visitando filhos e demais familiares. E falava em casar de novo, o que acabou não acontecendo. Dizia que as mulheres de hoje eram muito exigentes.
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