Montenegrino Erni Ulrich, o “Veinho da Bergamota” na Ceasa
Se você procurar o agricultor Erni Ulrich no Pavilhão dos Produtores da Ceasa, em Porto Alegre, corre o risco de não encontrá-lo entre as centenas de módulos. Mas, se quiser comprar frutas do “Veinho da Bergamota”, não faltarão mãos e dedos para apontar sua localização.
Aos 73 anos, Erni, que é de Montenegro, estará à sua espera no número 82 da fila C, cercado de caixas abarrotadas de bergamotas de diversas variedades, além de laranjas e limões sicilianos, numa explosão de tons de amarelo e laranja que atraem os olhares de quem circula por ali.
O apelido não o incomoda, provoca até um raro sorriso no semblante sério desse homem do campo que passou a vida mexendo na terra que lhe dá o ganha-pão. São 50 hectares próprios e outros 50 hectares arrendados, onde são plantados cerca de 40 mil pés de citros que rendem 120 mil toneladas de frutas por ano. Segundo o agricultor, o trabalho junto aos pomares é coletivo. Além de Erni, a esposa Tânia, o filho Fábio, e o neto Cristiano, funcionários ajudam nas lides (cinco com carteira assinada mais três na temporada de colheita). Erni tem outros dois filhos: Sandro e Fabiana.
Além da Ponkan, o produtor cultiva bergamotas nas variedades Okitsu, Pareci, Morgote, Montenegrina e Caí; laranjas de Umbigo e Valência e limão Siciliano. Está desde 1978 na Ceasa, tempo suficiente para eternizar amizades e memorizar a paisagem da Cidade do Abastecimento.
— Não tem cachorro que eu não conheça, como se diz aqui — brinca o permissionário.
Como tantos ouvidos para a série de perfis, Erni agradece a oportunidade de poder vender sua produção na Ceasa.
— Tem muitos que criticam, mas vêm aqui matar a fome. Tudo que eu tenho devo ao meu trabalho e à Ceasa. Toda minha produção vem pra cá, e não sobra mercadoria — enfatiza.
Longe da Ceasa e dos pomares, o que ele gosta mesmo é de pescar na companhia da mulher, Tânia, no açude de sua propriedade, tomando chimarrão enquanto aguarda o peixe abocanhar a isca. Erni também cria um pequeno rebanho e cultiva horta familiar para consumo próprio.
— São apenas 18 cabeças de gado — acrescenta o agricultor, que concentra suas forças para adoçar a vida de seus clientes com frutas cítricas ricas em vitamina C e outros benefícios para a saúde.
(Fonte: CEASA/RS)
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