Ex-funcionária do HM que denunciou assédio diz que está em tratamento psicológico

Mutirão no HM inclui cirurgias de Hérnia e de Vesícula - Arquivo/FN

As denúncias de assédio no Hospital Montenegro (HM) vieram a público no último mês de agosto durante uma reunião regional sobre saúde na Câmara de Vereadores de Montenegro. O encontro reuniu prefeitos, secretários municipais da saúde, vereadores e lideranças da região, em 22 de agosto. Na ocasião, o ex-secretário municipal da saúde, Rodrigo Streb, pediu esclarecimentos quanto às denúncias de assédio sexual contra funcionárias do HM. A vereadora Camila Oliveira (Republicanos) declarou que os casos estavam sob investigação.

A Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) e o Ministério Público do Trabalho do Estado (MPT/RS) confirmaram que ocorreram denúncias e os casos estavam sob investigação. Como está em sigilo de justiça, não foi falado sobre o teor das denúncias e nem quem seria o acusado. Na época, através de nota, a direção do Hospital Montenegro informou que “o assédio sexual não é tema a ser levantado levianamente, razão pela qual é discutido pelo Hospital Montenegro em segredo de justiça, em respeito à determinação judicial”. “A OASE não pactua com qualquer conduta discriminatória ou abusiva, ao contrário, está comprovadamente obstinada a promover um ambiente de trabalho saudável, inclusive mantendo capacitações contínuas de esclarecimento e combate a todos os tipos de assédio”, informou.

Na última quarta-feira, dia 7, o Ministério Público do Trabalho realizou uma audiência para ouvir testemunhas, mas os depoimentos acabaram sendo adiados para abril do próximo ano após uma das depoentes apresentar atestado de saúde. A DEAM também investigou denúncias de quatro mulheres, em fatos que teriam ocorrido entre 2014 e o ano passado. O inquérito já foi encaminhado para a Justiça, com indiciamento de suspeito. O Ministério Público já ofereceu denúncia e o caso segue tramitando em sigilo de justiça.

Tratamento psicológico

Uma das mulheres que encaminhou denúncia por assédio e foi demitida diz que desde então está sendo submetida a tratamento psicológico. Preferiu não se identificar. “Espero que práticas como esta não se perpetuem num local que deveria cuidar de quem cuida”, declarou. Cita que outras funcionárias, ao denunciarem, também foram afastadas. “É realmente muito triste ter que passar por tudo isso”, completa.

Nota do HM

O Hospital Montenegro emitiu nota sobre eventuais denúncias. “O Hospital Montenegro, por meio de sua mantenedora, repudia qualquer tipo de assédio, apoia e defende o ambiente de trabalho saudável. Ainda, desconhece a informação de eventual denúncia do Ministério Público envolvendo a entidade. De qualquer sorte, reitera que não aprova a exposição de fatos que tramitam em segredo de justiça. Por fim, com relação ao caso em questão, considerando que ainda não está concluído judicialmente, e em razão do sigilo processual, a OASE está impedida legalmente de prestar informações.”

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