Polícia realiza grande operação com buscas em São Sebastião do Caí e Montenegro

A Polícia Civil realiza grande operação contra o crime organizado, nesta sexta-feira, dia 5, em oito cidades, entre elas São Sebastião do Caí, Montenegro e Portão. Também em Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Campo Bom e Taquara. Foram cumpridos 29 mandados de prisão preventiva e 49 de busca e apreensão, com a participação de 145 policiais.
Integrando a 3ª Edição de Operações da Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento das Organizações Criminosas (Renorcrim), inclui a apreensão de 14 veículos de luxo e 39 bloqueios de contas bancárias utilizadas como possível meio para a lavagem de capitais, em valores nominais de aproximadamente 6 milhões e 200 mil reais.
Conforme a Polícia Civil, o objetivo é desarticular o núcleo financeiro e criminoso de uma das células da maior organização criminosa do Estado, interrompendo o fluxo de recursos ilícitos, enfraquecendo a capacidade operacional do grupo e responsabilizando seus operadores financeiros. A ação decorre da prisão, em janeiro de 2024, em São Paulo, de um indivíduo identificado como liderança regional da maior organização criminosa atuante no Rio Grande do Sul. Desde então estaria recolhido a Penitenciária Estadual de Montenegro, na localidade do Pesqueiro. Mesmo de dentro da cadeia, estaria comandando a organização e dando às ordens.
Buscas
Não foram divulgados nomes de pessoas e estabelecimentos envolvidos, mas a investigação identificou empresas que atuam na venda de joias e roupas femininas, além de prestação de serviços. Até o início da manhã doze pessoas tinham sido presas. Conforme foi apurado, os alvos da operação ostentam uma vida luxuosa, com imóveis e carros de alto padrão, além de viagens e festas.
Com o avanço das investigações, o DEIC atuou de forma integrada em duas frentes. A Delegacia de Capturas (DECAP) concentrou-se na apuração relacionada à organização criminosa, identificando sua estrutura, divisão de funções, hierarquia interna e áreas de atuação. Paralelamente, a Delegacia de Lavagem de Dinheiro das Organizações Criminosas (DRLD-OC) desenvolveu investigação voltada ao núcleo financeiro dos mesmos investigados, identificando mecanismos de lavagem de capitais, ocultação de bens, movimentações bancárias incompatíveis e utilização de terceiros para administrar e dissimular patrimônio.
O conjunto de elementos colhidos pelas duas delegacias permitiu à Polícia Civil demonstrar a existência de um esquema estruturado destinado a sustentar financeiramente as ações da facção, bem como a reinvestir recursos ilícitos provenientes de atividades como tráfico de drogas e delitos violentos. Diante das evidências apresentadas, o Poder Judiciário deferiu prisões preventivas, mandados de busca e apreensão, além de medidas patrimoniais, incluindo sequestro de bens móveis e imóveis e bloqueio de contas bancárias.
A operação impactou diretamente a capacidade financeira e operacional da célula, interrompendo fluxos de recursos ilícitos e restringindo a movimentação patrimonial do grupo investigado. A medida integra a estratégia institucional de combate ao crime organizado, que prioriza não apenas a responsabilização de executores de delitos violentos, mas também a neutralização da estrutura econômica que sustenta a atuação das organizações criminosas.
O Delegado de Polícia Gabriel Casanova, titular da Delegacia de Capturas – DECAP, ressalta que “a captura dessa liderança foi determinante para revelar outros integrantes da célula e permitir que suas prisões fossem decretadas. A atuação da Polícia Civil visa, além da captura das lideranças, a identificação de outros integrantes da organização criminosa, com a prisão destes, a asfixia financeira da organização, bem como a manutenção desses indivíduos na prisão, medidas essenciais no combate a essas facções.”
O Delegado de Polícia Max Otto Ritter, Diretor da DRACO e responsável pela Delegacia de Lavagem de Dinheiro das Organizações Criminosas – DRLD-OC, declara que “a Divisão de Repressão às Ações Criminosas Organizadas mantém total atenção no tocante à repressão qualificada da Organizações Criminosas em atuação no Estado do Rio Grande do Sul, mediante constante monitoramento de suas atuações na Capital, na Região Metropolitana, no interior do Rio Grande do Sul e nos demais Estados da Federação, e, também, a partir de ordens emanadas por lideranças e seus membros de dentro dos estabelecimentos prisionais. Nesse cenário, busca-se não apenas investigar os graves crimes cometidos pelas ORCRIMs, mas, também, proceder à sua descapitalização, ao sequestro e indisponibilidade de bens por elas angariados e à recuperação de ativos.
O Delegado de Polícia, João Paulo de Abreu, Diretor do DEIC, destaca a qualidade do trabalho de investigação criminal conduzido pelas especializadas e, especialmente, o alinhamento e a união de esforços junto ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, das Varas Criminais de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro, do TJRS.
Ainda, que a operação também contou com apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento das Organizações Criminosas (Renorcrim), que é uma iniciativa da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), por meio da Diretoria De Operações Integradas e de Inteligência (Diopi).



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