Garis paralisam coleta de lixo alegando atraso no pagamento
Funcionários da empresa responsável pela coleta de lixo em Montenegro entraram em contato com a reportagem para informar que não estão realizando o recolhimento na manhã desta segunda-feira, dia 3. Eles alegam atraso no pagamento do ticket refeição e de horas extras, além de não ter sido feito o adiantamento dos salários no final do ano como teria sido prometido. “Não vamos trabalhar enquanto não pagarem”, disse um dos garis, junto com demais colegas, todos uniformizados, de braços cruzados aguardando representante da empresa, junto aos caminhões na margem da RSC 287.
A coleta deveria ter iniciado às 5h30, mas segundo os garis nenhum caminhão saiu da empresa. E os cerca de vinte funcionários permaneciam paralisados no início da manhã de hoje.
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura, que não tinha conhecimento da “greve” e ficou de verificar a situação. Na semana passada a Prefeitura já tinha informado que emitiu várias notificações contra a empresa Ecosul Ambiental, encarregada do recolhimento do lixo em Montenegro. Segundo a Prefeitura, os problemas na coleta iniciaram em meados de dezembro, logo após a renovação do contrato emergencial com a companhia, que estava em vigor desde setembro. Pelos serviços, a empresa recebeu, no início, R$ 229 mil por mês, valor recentemente reajustado para R$ 250 mil em virtude da alteração do tipo de um veículo da frota. As principais irregularidades eram quanto ao não cumprimento do calendário e dos itinerários. “São várias queixas diariamente de moradores em cujas ruas os caminhões não passaram ou não levaram o lixo de todas as casas”, disse, na última semana, o secretário de Meio Ambiente, José Clébio Ribeiro da Silva. Ele disse que a situação não era diferente no interior, com várias reclamações.
A Secretaria do Meio Ambiente, ainda na semana passada, declarou que recebeu informações de que a empresa recolhedora estaria enfrentando problemas financeiros, o que estaria gerando dificuldades até mesmo para abastecer os caminhões. “Precisamos deixar claro que a responsabilidade não é da Prefeitura, que vem cumprindo suas obrigações com a Ecosul rigorosamente como estabelece o contrato”, enfatiza Clébio. Enquanto busca, sem sucesso, um diálogo com a direção da Ecosul, a Administração Municipal está usando as ferramentas previstas no contrato para pressionar a empresa a cumprir a sua parte. Além das notificações, deverá ocorrer a aplicação de multas e, se o serviço não for normalizado, até mesmo a rescisão do contrato é uma possibilidade. “A Secretaria Municipal de Meio Ambiente está notificando a empresa responsável pela coleta do lixo em Montenegro para a retomada imediata dos serviços. O Município entende que, se a paralisação é fruto de atrasos salariais, como alegam os garis, o problema deve ser resolvido entre a prestadora dos serviços e sua equipe. De parte da Prefeitura, os pagamentos estão rigorosamente em dia”, informou a Administração Municipal, hoje pela manhã.
Na semana passada, mesmo com as reclamações, a empresa negou problemas financeiros e que houve apenas um problema no cartão de abastecimento dos caminhões, o que teria sido solucionado.
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