Prefeito de Bom Princípio: “Não queremos o pedágio”
Ao ficar sabendo que a praça de pedágio da RS 122 poderá se transferir do município de Portão para Bom Princípio, o prefeito Fábio Persch foi enfático: “Não queremos o pedágio”. Fábio diz que vai pedir uma reunião com os representantes do Governo do Estado. “Não podemos aceitar que moradores dos bairros sejam prejudicados para virem ao centro. O prejuízo seria muito grande. Muitas pessoas usam as EMEIs (creches) da cidade, e trabalham ou no centro ou na Bela Vista e vice-versa”, completa Persch, defendendo uma grande mobilização contra a instalação do pedágio em Bom Princípio.
O vereador Fábio Juwer diz que já tinha proposto ao presidente da Câmara, João Augusto Rodrigues da Silva, uma moção de repúdio, contrária à transferência da praça de pedágio para o novo local. O tema deve ser discutido na sessão da Câmara na próxima segunda-feira, já tendo recebido assinaturas de alguns vereadores. “Fiz contato com o secretário dos transportes Juvir Costella. Só vai prejudicar os trabalhadores e moradores do município. Não tem cabimento. Temos que fazer uma grande mobilização”, entende.
O presidente da Câmara, João Rodrigues, propôs a formação de uma comitiva de vereadores, com representantes de cada partido, para ir conversas com os deputados e secretários estaduais, visando impedir que o pedágio se instale em Bom Princípio. “É hora de unir esforços”, disse. “Não podemos e não devemos aceitar esse pedágio. Será prejudicial à economia, a mão de obra, enfim, são muitas variantes prejudiciais”, completa.
Não é no Caí
A primeira informação era de que o novo local do pedágio seria no território de São Sebastião do Caí. Mas em contato com a Secretaria Extraordinária de Parcerias do Estado, o prefeito do Caí, Júlio Campani, obteve a informação de que o novo local deverá ser na altura do quilômetro 22,5 da rodovia, o qual fica na localidade de Bela Vista, em Bom Princípio. É que o objetivo é instalar próximo da ponte sobre o rio Caí, justamente para evitar que motoristas possam utilizar desvios, o que acontece muito hoje no Rincão do Cascalho, onde está o pedágio no Portão atualmente. Em Montenegro, onde foi instalado um pedágio na BR 386, também a praça fica bem próxima da ponte do rio Caí para evitar rotas de fuga.
Campani foi pessoalmente até o quilômetro 22,5 e do local telefonou para o Departamento de Parcerias Público-Privadas do Estado, informando que aquele ponto está dentro do território de Bom Princípio e não do Caí, como tinha sido informado. É que os representantes do Governo achavam que a ponte seria a divisa entre Caí e Bom Princípio, mas o limite fica bem antes.
Cobrança nos dois sentidos
O processo de concessão, que inclui a mudança do local do pedágio, ainda está em andamento. Até o final deste mês de maio deve ser apresentado o modelo do projeto. Em junho os estudos devem ser concluídos pelo Estado. Na segunda quinzena de junho devem iniciar as consultas e audiências públicas em que a comunidade poderá dar sugestões. Será a oportunidade da população se manifestar, de forma contrária ou favorável, além de dar sugestões e encaminhar solicitações.
O Estado pretende publicar em setembro o edital sobre a concessão, com leilão previsto para dezembro, definindo então a empresa que passará a ser a responsável pela rodovia no lugar da EGR. A instalação do novo pedágio deve ocorrer até julho do próximo ano. Diferente do que acontece hoje no Portão, deverá ter cobrança nos dois sentidos, dividindo o valor que atualmente tem tarifa única de R$ 6,50 para automóveis no sentido Caí/Portão. E ao contrário de hoje, não deverá ter isenção para os moradores do município em que estiver o pedágio. Por outro lado deve ter um desconto para usuários freqüentes. O valor das tarifas ainda não foi definido. Os detalhes da concessão e do pedágio ainda serão discutidos. Por isso será aberto entre 15 de junho e 15 de julho um período para as consultas e audiências públicas. O grande benefício deverá ser a melhoria na estrutura e segurança, incluindo pavimentação e serviços. Está prevista, inclusive, a duplicação do trecho da RS 122 entre São Vendelino e Farroupilha.
Ao todo, são 1.151,6 quilômetros de rodovias estaduais que serão concedidas à iniciativa privada. O processo de concessão deve garantir R$ 3,9 bilhões de investimentos nas estradas já nos primeiros cinco anos de contrato. Além das 14 praças atualmente administradas pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), a qual deve ser extinta até o final deste ano, o Governo do Estado incluiu outras rodovias que ainda estão sob responsabilidade do Daer. O estudo ainda deve definir quais trechos podem ser pedagiados e quais os valores compatíveis a realidade de cada praça. Além da ERS 122, que vai de São Sebastião do Caí até a Serra, também a RS 240, que corta Montenegro, Capela de Santana e Portão. E também existe a expectativa de incluir o trecho de Montenegro da RSC 287. Como não devem ficar mais pedágios em áreas urbanizadas ou que possibilitem desvios dos motoristas, também deve ser alterado o local do pedágio da RS 240. Mas ainda não está definido o novo local.
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