Acusados da morte de pastora são condenados a 24 e 28 anos de prisão
No início da madrugada desta quinta-feira, dia 5, a juíza Debora Vissoni proferiu a sentença com as penas de três acusados de envolvimento na morte da pastora evangélica Marta Kunzler, que foi assassinada em sua casa, no bairro São Paulo, em Montenegro, em 14 de junho de 2017, dia que comemorava 63 anos.
O júri popular iniciou por volta de 10h da manhã e só terminou pouco depois da meia-noite. A pastora foi morta a golpes de faca e estrangulada com uma gravata masculina, quando voltava de um culto na Igreja do Evangelho Quadrangular, no centro de Montenegro. O julgamento chegou a ser adiado duas vezes, em dezembro do ano passado e março deste ano. Acusado de ser o mentor do crime, o esposo da vítima, Adair Bento da Silva, morreu quando estava preso, em 17 de outubro de 2018, aos 39 anos, em Charqueadas, vítima de insuficiência respiratória devido à tuberculose. Os outros três acusados se encontram presos desde o dia do crime.
Rodrigo Nunes da Silva, que na época seria amante de Adair, foi condenado e 24 anos de prisão. Igor de Azeredo Gomes também foi condenado há 24 anos. E Juliano Jackson da Silva Gomes a 28 anos de prisão. Os dois teriam sido contratados por Adair e Rodrigo para matar a pastora. Os três foram acusados de homicídio qualificado, por motivo torpe, mediante pagamento e promessa de recompensa, em crime executado de forma cruel, por asfixia, e utilizando recurso que dificultou a defesa da vítima. Da pena será descontado o período que os réus já estavam presos, de quase cinco anos. Devem cumprir em regime fechado. Os advogados da Defensoria Pública que atuaram na defesa informaram que vão recorrer da sentença. Não foi permitido fotografar os réus durante o julgamento.
Para a promotora Maristela Schneider, que atuou na acusação, e os familiares da pastora, que vieram de Santa Maria e Tapera, cidade natal da vítima, o resultado foi dentro do que esperavam e está sendo feita justiça.
Investigação
Conforme apurou a Polícia, Adair teria prometido que pagaria a Igor e Juliano, que são primos, a quantia de mil reais, mas acabou pagando só cem reais, para cometerem o crime porque a pastora não concordava com a separação proposta por ele. Adair teria ficado sabendo que, caso a separação se consumasse, sua parte do patrimônio do casal seria pequena. Eles eram casados havia 18 anos. Já Rodrigo foi acusado de dirigir o carro da pastora para a fuga de Igor e Juliano.
O carro depois foi abandonado em Passo da Amora, no interior do município. Adair, segundo a acusação, teria simulado que a esposa havia sido vítima de assalto. Ele estava na casa com uma menina de 2 anos, filha do amante dele e que já morava há um ano com a pastora, a qual pretendia adotá-la. Para a Polícia, o marido queria ficar com os bens e pensão da pastora, juntamente com o amante.
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