Acusado de feminicídio é denunciado pelo MP e pode ser julgado neste ano

Personal trainer Debby Michels, de 30 anos, foi morta no último dia 26 de janeiro - Crédito: Redes sociais

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) denunciou por feminicídio na quarta-feira, dia 7 de fevereiro, o companheiro da personal trainer Débora Michels, de 30 anos, encontrada morta na frente da casa dos pais em Montenegro. Alexsandro Alves Gunsch, de 48 anos, foi denunciado por homicídio qualificado pela questão de gênero, dentro de um contexto de violência doméstica e familiar, por motivo torpe, por meio cruel, já que houve asfixia, e pelo recurso que dificultou a defesa da vítima.

O casal estava junto há mais de dez anos e o crime ocorreu no dia 26 de janeiro após uma discussão na casa em que moravam, na localidade de Vendinha, no interior do mnicípio. O acusado confessou o delito à polícia e, no momento, se encontra preso preventivamente. Em depoimento, afirmou que a companheira perdeu a consciência depois de tê-la jogado contra um guarda-roupa. Após isso, o homem resolveu abandonar o corpo, sob um cobertor, na calçada em frente à residência dos pais de Débora, no bairro Centenário, e fugiu.

O promotor de Justiça Paulo Eduardo de Almeida Vieira, responsável pela denúncia encaminhada ao Poder Judiciário, ressalta que o fato do homem ter colocado o corpo da vítima na frente da casa de familiares causou uma abalo moral, psicológico e emocional aos pais dela. Segundo ele, um caso que nunca tinha visto antes nos 30 anos que atua como promotor de Justiça. “Um caso extremamente grave, caracterizado pela brutalidade e pela insensibilidade moral. E que, com certeza, merecerá a devida censura pelo júri devido a sua gravidade. Esperamos que este processo tramite o mais rápido possível e logo chegue ao Tribunal do Júri para que, então, a sociedade de Montenegro possa dar a resposta devida à tamanha brutalidade e gravidade da conduta praticada pelo acusado”, ressaltou Paulo Eduardo de Almeida Vieira, acreditando que pelo fato do acusado se encontrar preso o júri popular poderá acontecer ainda neste ano de 2024. A pena mínima para casos de feminicídio (assassinato de mulher) foi ampliada em novembro do ano passado, passando de 12 para 20 ano, com o máximo de 30 anos em regime fechado.

A advogada de defesa do acusado, Daniela Schneider Couto, disse que ainda não obteve acesso a íntegra do inquérito e que o laudo da necropsia oficial ainda não foi anexado aos autos do processo. “Por esse motivo vamos nos resguardar para manifestação posterior”, afirmou.

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