Empresa promete pagar garis para retomarem a coleta de lixo

Garis prometem retornar assim que foi pago o vale-alimentação - Crédito: Guilherme Baptista/FN

Um representante da empresa Ecosul Ambiental informou que está sendo feito o depósito referente ao vale-alimentação dos funcionários, os quais devem retomar o recolhimento do lixo em Montenegro. Os coletores não estavam trabalhando desde o início da manhã de hoje, segunda-feira, alegando atrasos nos pagamentos de ticket refeição e horas extras, além de dizerem que não foi cumprido o prometido de adiantamento de salário no fim do ano. O grupo, de cerca de vinte garis, que estava de braços cruzados hoje, alegou também não fornecimento de materiais de trabalho, como botinas e luvas. “Estamos catando tênis nas lixeiras para poder correr”, disse um. “E estou faz quatro meses na empresa e não recebi nenhum centavo de FGTS”, falou outro. “Assim que pingar o dinheiro na nossa conta voltamos a trabalhar”, ressaltaram.

O atraso seria de três dias no ticket refeição, mas salários estão em dia. A Prefeitura monitora a situação da empresa, só pagando após verificar a documentação e se pagamentos dos funcionários estão em dia, incluindo salários, INSS e FGTS. E estaria tudo regular na documentação.

A coleta deveria ter iniciado às 5h30, mas segundo os garis nenhum caminhão saiu da empresa hoje no início da manhã. A reportagem entrou em contato com a Prefeitura, que ficou de verificar a situação. Na semana passada a Prefeitura já tinha informado que emitiu várias notificações contra a empresa Ecosul Ambiental, encarregada do recolhimento do lixo em Montenegro. Segundo a Prefeitura, os problemas na coleta iniciaram em meados de dezembro, logo após a renovação do contrato emergencial com a companhia, que estava em vigor desde setembro. Pelos serviços, a empresa recebeu, no início, R$ 229 mil por mês, valor recentemente reajustado para R$ 250 mil em virtude da alteração do tipo de um veículo da frota. As principais irregularidades eram quanto ao não cumprimento do calendário e dos itinerários. “São várias queixas diariamente de moradores em cujas ruas os caminhões não passaram ou não levaram o lixo de todas as casas”, disse, na última semana, o secretário de Meio Ambiente, José Clébio Ribeiro da Silva. Ele disse que a situação não era diferente no interior, com várias reclamações.

A Secretaria do Meio Ambiente, ainda na semana passada, declarou que recebeu informações de que a empresa recolhedora estaria enfrentando problemas financeiros, o que estaria gerando dificuldades até mesmo para abastecer os caminhões. “Precisamos deixar claro que a responsabilidade não é da Prefeitura, que vem cumprindo suas obrigações com a Ecosul rigorosamente como estabelece o contrato”, enfatiza Clébio. Enquanto busca, sem sucesso, um diálogo com a direção da Ecosul, a Administração Municipal está usando as ferramentas previstas no contrato para pressionar a empresa a cumprir a sua parte. Além das notificações, deverá ocorrer a aplicação de multas e, se o serviço não for normalizado, até mesmo a rescisão do contrato é uma possibilidade. “A Secretaria Municipal de Meio Ambiente está notificando a empresa responsável pela coleta do lixo em Montenegro para a retomada imediata dos serviços. O Município entende que, se a paralisação é fruto de atrasos salariais, como alegam os garis, o problema deve ser resolvido entre a prestadora dos serviços e sua equipe. De parte da Prefeitura, os pagamentos estão rigorosamente em dia”, informou a Administração Municipal, hoje pela manhã.

Na semana passada, mesmo com as reclamações, a empresa negou problemas financeiros e que houve apenas um problema no cartão de abastecimento dos caminhões, o que teria sido solucionado.

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