
“Agradecimentos aos amigos da John Deere de Montenegro. Palestrei para mais de 800 pessoas na Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho. Parabéns à empresa que trabalha neste sentido. Na minha palestra falo sobre as normas mínimas de segurança que não foram respeitadas no voo que eu estava em 2016. O “vai dar certo” não pode ser desculpa para descumprir as normas. Obrigado meus amigos e amigas . Espero ter contribuído para o entendimento que com segurança não se brinca”. A postagem foi do jornalista Rafael Henzel, um dos poucos sobreviventes do desastre aéreo com o avião que transportava o time da Chapecoense (SC) em novembro de 2016. Henzel fez a postagem em sua página no facebook e no instagram no último dia 28 de fevereiro, portanto, um mês atrás, quando preferiu palestra na fábrica de tratores da John Deere em Montenegro.

– Reprodução/FN
O radialista morreu na noite de ontem, terça-feira, aos 45 anos, quando participava de um jogo de futebol com amigos e sofreu um infarto fulminante. Ele trabalhava na Rádio Oeste Capital, de Chapecó e ficou conhecido nacionalmente após o acidente com o avião da Chape na Colômbia. Apenas ele e três jogadores – Alan Ruschel, Neto e Follmann, e dois tripulantes bolivianos, conseguiram sobreviver. Passou vinte dias no hospital, sendo dez na UTI, até receber alta. E voltou logo a trabalhar como narrador. Participou inclusive de transmissão na TV Globo de um amistoso da Seleção Brasileira com a Colômbia, no Rio de Janeiro. Além das narrações na rádio, vinha proferindo palestras, como em Montenegro, e estava envolvido em diversos projetos.Também escreveu o livro “Viva como se estivesse de partida”, sobre a sua relação com a tragédia aérea que sobreviveu, mas onde morreram 71 pessoas. Rafael era gaúcho de São Lepoldo e deixa esposa e um filho que ficou conhecido ao correr para abraçar o pai logo que ele retornou após a tragédia na Colômbia.