Operação Cáritas tem indiciados do Vale do Caí

Operação Caritas, que investiga denúncias de corrupção em Canela, enviou relatório para a Justiça com 18 indiciamentos - Crédito: Polícia Civil

O Portal da Folha, da Região das Hortênsias, publicou reportagem ontem com o título: “Saiba quem foram os indiciados nas 8ª e 9ª fases da Operação Cáritas”. A reportagem do portal teve acesso a dados e diálogos obtidos pela investigação policial que apurou denúncias de corrupção na Secretaria Municipal de Meio Ambiente do município de Canela, culminando com o indiciamento de 18 pessoas.

O relatório foi encaminhado para a Justiça na última sexta-feira e apresenta detalhes sobre um suposto esquema de favorecimento de empresas. O ex-secretário de meio ambiente, Jackson Muller, um dos indiciados, está novamente preso preventivamente. E entre os indiciados no inquérito estão algumas pessoas do Vale do Caí, onde inclusive já ocorreram buscas durante a operação. Conforme a reportagem, um deles é um empresário de Tupandi que é ex-proprietário da empresa responsável pela coleta de lixo em Canela. De acordo com a matéria, ele foi indiciado como sócio oculto do negócio. A reportagem da Folha destaca ainda o indiciamento de uma advogada de Bom Princípio, ex-administradora do Hospital de Canela, que foi investigada também em outras fases da operação. Outras 17 pessoas também figuram como investigadas nas 8ª e 9ª fases da operação Cáritas, todas com ligação com as empresas suspeitas ou com o ex-secretário de meio ambiente. Elas não foram indiciadas, mas podem vir ainda a ser denunciadas pelo Ministério Público.

Buscas ocorreram em várias cidades, entre elas Bom Princípio e Tupandi
– Crédito: Polícia Civil

A reportagem do Fato Novo fez contato com o delegado de Canela, responsável pela investigação. Sem citar nomes, o delegado Vladimir Medeiros confirmou que a Polícia Civil concluiu as investigações na última sexta-feira e que o inquérito policial tem mais de duas mil páginas. Lembrou que na oitava fase, em 19 de maio deste ano, foram cumpridas simultaneamente 180 medidas judiciais, incluindo prisão preventiva, medidas cautelares, afastamentos de servidores públicos, mandados de busca, apreensão, quebras de sigilo, apreensão de veículos e restrição de venda a imóvel, com a participação de 130 policiais civis em quinze cidades. Citou que um dos investigados foi preso novamente em 1º de julho, tendo sido apurado que forjou fatos e intimidou pessoas durante as investigações. De açodo com a Polícia, há contratos que somam até R$ 8 milhões sob suspeita. Além das 18 pessoas indiciadas, o número total de investigados chega a cem. Entre os crimes estão às práticas de falsidade ideológica, uso de documento falso, peculato, concussão, corrupção passiva, corrupção ativa, prevaricação, advocacia administrativa, violação de sigilo funcional, tráfico de influência, crimes em licitações e contratos administrativos e crimes ambientais, entre outros.

Diálogo e CPI

A reportagem da Folha transcreveu um diálogo entre advogada e o proprietário de um grande empreendimento, que teve parte de seu processo de licenciamento investigado na operação. A conversa foi extraída de um aparelho celular apreendido com autorização judicial. Conforme a matéria, no diálogo ficam claro os valores praticados pela responsável pelo licenciamento e os orçados por outra empresa, que seriam o dobro. Foi mostrada também uma conversa da advogada com a proprietária da empresa. De acordo com a investigação, os crimes apurados no inquérito policial causam graves prejuízos aos cofres públicos. No relatório é citada ainda uma empresa com sede em Tupandi.

A reportagem mandou mensagens para o empresário e advogada investigados, pedindo manifestação quanto aos indiciamentos, mas não obteve retorno. No final do ano passado, quando ocorreram as primeiras prisões e divulgação de nomes de investigados na Operação Cáritas, chegou a ser encaminhado por vereadores da bancada do MDB de Bom Princípio um pedido de afastamento da diretora do hospital São Pedro Canísio, a ex-primeira-dama Adriana Seibel, além de auditoria nas contas, já que a casa de saúde recebe verbas da Prefeitura. O pedido não foi aprovado pelos demais vereadores, mas a Câmara decidiu abrir uma CPI em que foram ouvidas várias pessoas ligadas ao hospital e à Prefeitura. Em depoimento na CPI, no último dia 7 de junho, Adriana Seibel negou qualquer tipo de irregularidade no Hospital São Pedro Canísio, o que alega ter sido comprovado através de auditoria. A advogada lamentou que seu nome tivesse sido envolvido em algumas situações, mas espera que a verdade apareça e tudo seja esclarecido. A CPI foi encerrada em 30 de junho, quando foi lido o relatório final, em que a relatora, vereadora Beatriz Inês Bohn, não apontou nenhum indício de irregularidades nas contas do Hospital de Bom Princípio.

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